10 de out. de 2025

Round 6 (Squid Game |오징어 게임) - COMPLETO


E porque não falar desse drama que estourou a bolha do K-wave? Afinal, ainda é um K-drama. Só avisando que vai ficar grande, vou falar das duas temporadas (sim a 2 temporada é dividida em duas partes mas é de fato uma história só)


Sinopse: (E eu me perguntando se preciso fazer mesmo uma sinopse, mas vai ser diferente, vai estar carregado de opinião, então talvez alguém não concorde com ela, mas é a MINHA sinopse) 

Sung Ki Hoon (Lee Jun Jae) é um pobre viciado em corrida de cavalo, devendo para agiotas e extorquindo a própria mãe. Se foi um bom marido? Bem, a separação dele pode responder isso facilmente. E se era um bom pai? Eu acho que não (mas há controversas).

Um homem totalmente no fundo do poço, buscando ser alguém melhor na vida, e se perguntando quando que ele finalmente iria dar jeito nessa vida. Ele encontra com um engravatado (Gong Yoo), na estação de metrô, que lhe oferece dinheiro fácil. Para ganhar um dinheiro, basta vencer ele em uma jogo, se perder, paga com o corpo (calma, ele só leva um tapão na cara). Após perder algumas rodadas, ele ganha outras, e ganha uns trocados. Além disso, o engravatado chama ele para jogar um jogo especial, e dá a ele um cartão.


1° Temporada.

Ki Hoon vai jogar o tal jogo, ele precisa ganhar uma grana, sua filha está indo embora para os EUA e ele não tem nada a perder. Quando ele foi para jogar o jogo, ele foi basicamente sequestrado, e acorda junto com outros uniformizados em uma cama, por uma questão de segurança do jogo, eles não sabem onde estão. As regras são simples, jogam o jogo de seis rodadas, quem ganhar leva o prêmio final, que é uma puta grana. E como vocês sabem do jogo, quem perder será (literalmente) eliminado do jogo.

No inicio ninguém sabe que serão eliminados literalmente se perderem no jogo, é só depois da primeira rodada, quando uma galera é assassinada a tiros, é que fica claro que é ou perder ou ganhar.

As outras pessoas presentes no jogo também são pessoas na margem da sociedade, em pânico para ganhar alguma grana (assim como ele). E, em princípio, parece que jogar não era um problema, já que não tinham o que perder (só não contavam que a vida estava em jogo). Pois bem, seguindo a regra do jogo, os jogadores podem votar se querem ou não continuar o jogo, e será votado de forma democrática, o que a maioria quiser, será então aceito.


Assustados com a primeira rodada do jogo, um banho de sangue (mas saiba que o drama, ele não é nojento, até que é bem leve as mortes, só obviamente não é eticamente legal), os participantes votam e a maioria vota por acabar o jogo, e eles voltam para a casa.

E é aqui que o drama me conquista, (3° ou 4° episódio?), é uma puta critica ao sistema capitalista, que coloca valor em tudo, inclusive na vida humana. Sim, uma coisa que os participantes ao voltarem para suas vidas percebem é que a vida deles, no capitalismo, não vale nada. Se eles morrem jogando o jogo, os poderosos dono do jogo nunca sofreriam qualquer punição, é eticamente errado, porém o jogo se torna a única oportunidade real de eles conseguirem viver uma vida no capitalismo.

Portanto não é surpresa que ao jogo convidar eles novamente, boa parte deles, voltar. E dessa vez, é pra vencer ou morrer...

O drama não se resume ao jogo, tem um detetive que acaba entrando também no jogo para procurar o irmão e o drama também passeia pelas vidas de cada personagem.

2° Temporada ~~~~~~~~~~~~~Tem spoiler da 1° já que é continuação ~~~~~~~~~~~~~~~~

Ki Hoon vence a primeira temporada e tem a grana para poder finalmente ser o pai presente, cheio da grana como manda os mandamentos do capitalismo feroz. Porém, seu ódio pelos produtores do jogo só aumenta, e ele decidi usar o dinheiro que ganhou para encontrar esse FDP e expor esse absurdo monstruoso. Agora, ele e o policial - Hwang Joon Ho (Wi Ha Joon) da 1° temporada se unem para acabar com esse jogo maligno e bla bla bla...

Quando parece que a história vai ser mais do mesmo, o nosso querido diretor e escritor da obra Hwang Dong Hyuk mostra que dá para ir além. Agora a crítica não é ao sistema capitalista, mas sim ao sistema democrático.

Nota: *E veja, eu sou democrata, eu defendo esse regime (até que me provem que outro seja melhor), mas diferente de gente hipócrita que defende isso ou aquilo fechando os olhos para os defeitos daquilo que acreditam, eu acho que a critica sempre vem para melhorar algo que está falho - e não necessariamente para substitui por completo*


Infelizmente, Ki Hoon tentando acabar com o jogo, acaba dentro do jogo. E dessa vez, uma regra é modificada. Após cada rodada do jogo, os participantes podem votar para ficar ou sair do jogo. Só pode sair, se a maioria decidir sair. E após o voto, nada secreto, cada um deles anda com o o voto colado no uniforme (se queria sair, X vermelho, se queria fica O azul). E aqui que fica a critica a democracia, uma escolha errada devido a ganancia de um grupo majoritário, todos vão pagar o preço juntos (soa familiar para você? *Abaixo eu faço algumas ponderações sobre isso*)

Agora, além de sobreviver ao jogo, os jogadores vão ter uma polarização que só torna tudo pior (acho que já vi esse filme, no jornal nacional). Novamente vamos nos aproximar dos personagens e suas histórias, e vamos querer matar pessoalmente outros.


Pontos Fortes:

O drama é sensacional do começo ao fim, embora a história seja forte - a nossa realidade é forte - as mortes não ficam parecendo aqueles filmes holllywoodianos ruins que ficam apelando para a nojeiras, por não ter história. Essa tem uma história, e um cast de matar o coração, é Lee Byung Hun e Gong Yoo, TOP (sim, pra mim o TOP o é um plus no drama e os haters que vão a m3rda).

A história tem começo meio e fim, pela Netflix certamente não teria, ainda dividiram a segunda história em mais duas temporadas para ganhar mais - esses estadunidenses viu. 

O drama tem altas críticas e é bem feito, vale o esforço. E lembre-se, tem que assistir do começo ao fim, a pessoa que pega do meio, não entende nada e acha tosco (claro né).


Pontos Fracos:

Dá ódio? Dá ódio, mas o drama não ilude. Ele informa do começo ao fim que vai todo mundo morrer mesmo, não adianta ficar torcendo. A vida é cruel, esse jogo também. 



Onde Assistir:

É da Netflix, vai lá assistir, super recomendo.


Notas sobre as criticas:

Como eu disse, eu sou democrata. Prefiro esse regime em que temos que brigar uns com os outros, que temos que aprender a viver com os diferentes de forma cordial, do que uma monarquia.

Mas democracia não é só sobre eleições, não, antes que você se pergunte se meu doutorado é sobre o assunto, não é. Meu argumento é o seguinte: Sim, a maioria irá escolher quem nos governa. Se você está com a maioria nessa decisão bom para você, e se está do outro lado, paciência. Continue tentando convencer pessoas do outro lado, que o seu lado é a escolha mais certa (com essa polarização, foi só o que fizemos, não é mesmo? Além de brigar). 

Porém, a pessoa que foi eleita democraticamente, ela não é rei, ela não tem poderes absolutos, por isso temos a divisão dos três poderes: Executivo, legislativo e judiciário. Os poderes não podem virar um só, se não vira o que a Venezuela se tornou hoje, uma ditadura. O poder dividido em três de forma independente, garantem que mesmo se a maioria votar num maluco, o direito das minorias ainda serão garantidos. Porém o sistema mostrado no jogo, não tem a complexidade de um sistema realístico. A própria Coreia tem o Presidente, Primeiro Ministro e Judiciário (basta ver a tentativa fracassada de golpe por lá, pois o poder está dividido e não concentrado). Ter eleições não é ter democracia. E um sistema em que a voz da maioria manda sobre a minoria, tão pouco é democracia. E foi a critica desse drama que me fez chegar nessa visão.

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